De olho no calendário

A um mês da prova, Enem chega com novidades e concorrência menor

Joyce Noronha

Os candidatos que participarão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 estão a exato um mês do primeiro dia de provas. Isso mesmo, primeiro dia de provas. Neste ano, o Enem está com mudanças, e esta é uma delas: em vez de um fim de semana, a avaliação será em dois domingos, nos dias 5 e 12 de novembro.

No primeiro dia de provas, o conteúdo será de Linguagens,  Códigos e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias; e a redação. Para o segundo domingo, as questões serão de Ciências da Natureza e suas Tecnologias; e Matemática e suas Tecnologias (confira abaixo as disciplinas de cada ciência).

MENOS INSCRITOS EM COMPARAÇÃO
A 2016 O Ministério da Educação informou que recebeu 7,6 milhões de inscrições para o Enem de 2017. Contudo, desse total, 6,7 milhões de inscrições foram confirmadas, cerca de 1,89 milhão a menos do que em 2016. Desde 2009, o número das inscrições no Exame Nacional do Ensino Médio cresceu anualmente até 2014, que foi o ano recorde de inscrições confirmadas: 8.721.946.

Uma pequena baixa foi registrada em 2015, com 7.746.057 pessoas inscritas. O total de inscrições válidas voltou a subir no ano passado, quando fechou o levantamento em 8.627.194 pessoas. Agora, uma nova queda é registrada.

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Um dos motivos que podem ter contribuído para a redução de inscrições válidas é a mudança nos critérios de isenção, implementado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) neste ano. O órgão incluiu no sistema um cruzamento de dados entre a declaração de carência e os dados do governo federal sobre famílias carentes. Por isso, subiu o total de pedidos de isenção recusados no Enem.

Apesar de serem 6,7 milhões de inscrições confirmadas, o governo federal registra que, anualmente, o Enem tem, em média, cerca de 25% de abstenção. O que equivale a cerca de 1,6 milhão de pessoas que, a cada ano, não comparecem ou não conseguem entrar no local de prova nos dias do Exame Nacional do Ensino Médio. 

AVALIAÇÃO DOS ALUNOS
A divisão da prova em dois finais de semana foi bem recebida pelos alunos
. As estudantes da escola Cilon Rosa Rafaela Cardoso Machado, 17 anos, e Kétlin Vitória Santos Silva, 16, que estão no 3º ano do Ensino Médio, acreditam que dividir o exame em dois finais de semana vai deixar a avaliação mais leve.

Kétlin, que quer conquistar uma vaga para o curso de Direito, diz que, na semana entre uma prova e outra, pretende revisar os conteúdos com calma. Já Rafaela, que busca uma vaga para Enfermagem, avalia que, além de ter uma semana para revisar os conteúdos, o período de descanso entre um dia de prova e outro é maior.

Enquanto Rafaela e Kétlin gostaram da mudança, professores divergem sobre a novidade. O diretor pedagógico do Fóton Mais Vestibulares, Patrick Meneghetti, comenta que, antes, os candidatos do Enem precisavam responder a 180 questões em apenas um fim de semana (sábado e domingo), além de produzir uma redação. 

Agora, o número de questões é o mesmo, mas, pelo novo modelo, no primeiro domingo serão aplicadas 90 perguntas (45 de Ciências Humanas e 45 de Linguagens), mais a redação. No dia 12 de novembro, serão mais 90 questões, sendo 45 de Ciências da Natureza e outras 45 de matemática.

– Pode não parecer melhor, assim, falando. Mas ter uma semana entre as 90 questões do primeiro domingo com as 90 questões do segundo domingo faz toda a diferença – avalia.

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Já a professora de história do Práxis Pré-Vestibular Popular Iana Meira Souza comenta que, para alguns candidatos, ficou complicado separar a prova em dois domingos.

– Atendemos estudantes que trabalham nos finais de semana, e eles vieram comentar conosco que os chefes de alguns não queriam liberá-los em dois domingos para fazerem as provas. Por mais que seja bom ter uma semana entre a aplicação das provas, essa foi uma dificuldade que surgiu entre os candidatos deste ano – comenta Iana.

FIM DO DIPLOMA
Outro fator que pode estar conectado à queda de inscrições é que, a partir deste ano, o Enem não pode mais ser usado para obter o diploma de conclusão do Ensino Médio. Essa função ficará, agora, com o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), que, em 2017, ocorrerá em 22 de outubro. Contudo, o período de inscrições já está fechado.

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A professora Iana Meira Souza entende a retirada do diploma de conclusão do Ensino Médio pelo Enem, mas acredita que, neste ano, o primeiro do Encceja, a prova foi pouco divulgada.

– Quando o pessoal ficou sabendo, o prazo de inscrições já estava encerrado-se. Acredito que precisa ser amplamente divulgado, já que é relativo a um assunto importante para muitas pessoas. Agora, prova do Encceja, de novo, só ano que vem – avalia a professora.  

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Para o diretor pedagógico Patrick Meneghetti, o fato de o Enem não valer como comprovante de conclusão do Ensino Médio é apenas parte do motivo para a redução das inscrições. Ele acredita que, atualmente, existem muitas formas de ingresso ao Ensino Superior utilizando resultados do Enem de anos anteriores.

– Sabemos de universidades e processos seletivos que aceitam as notas do Enem de até quatro ou cinco anos atrás. Isso pode estar refletindo na procura para o exame hoje. O que não vejo como algo ruim, pois, mais pessoas estão ingressando no Ensino Superior – pondera Meneghetti.

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